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o João Cabral é esse aí, ó

o João Cabral é esse aí, ó

Hoje completam 10 anos desde a morte de João Cabral de Melo Neto, escritor do poema [gigante] Morte e Vida Severina.
Publicado pela primeira vez em 1956, este livro é o principal da obra de João Cabral e retrata a fuga da seca de retirantes. Os retirantes saem do interiorzão de Recife e vão passando por diversas terras, diversos problemas agrários do Brasil (e que estão por aí problemando até hoje). Os retirantes são representados pelo personagem principal: o Severino, esse aqui, ó:

“O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias

Mais isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.

Como então dizer quem falo
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.

Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.

Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.”

Em 1965, Chico Buarque musicou boa parte do poema para uma adaptação para o teatro. Esta é uma das músicas, “O Funeral de Um Lavrador”:

João Cabral foi eleito membro da academia em 15 de agosto de 1968, e empossado em 6 de maio de 1969.

O programa Entrelinhas, da TV Cultura, fez um especial sobre os 10 anos sem o João Cabral, o “arquiteto da poesia”.

E dá pra ler o Morte e Vida Severina nesse link aqui:
culturabrasil.pro.br/joaocabraldemeloneto

Ah! E feliz Dia Nacional da Leitura, que vai ser dia 12 de outubro! A gente já não é mais criança, mas ainda tem motivos pra celebrar a data.

Boas leituras!

Saíram essa semana os indicados ao 51º Prêmio Jabuti!
Na terça que vem (dia 29) saem os premiados pelo maior concurso literário do Brasil.
Distribuido pela Câmara Brasileira do Livro, o concurso tem 21 categorias, que abrangem a literatura em prosa e poesia, obras teóricas das mais diversas áreas, traduções e peças gráficas (capas de livros, ilustrações, projeto gráfico…).

Além das 20 categorias habituais, este ano, como é o Ano da França no Brasil, existe um prêmio especial para traduções de obra literária do francês para o português.
A tradução do clássico “O Conde de Monte Cristo”, que já foi adaptada para o cinema muitas vezes (será que entra no Na Telona da próxima revista?), está entre as concorrentes nessa categoria especial.

Veja o trailler de uma das adaptações de Conde de Monte Cristo

Na categoria de Melhor Romance, Flores Azuis, da chilena erradicada no Brasil Carola Saavedra estava entre os livros que íamos recomendar no primeiro número de Livro, mas que acabou cortado da edição.
Órfãos do Eldorado, do Milton Hatoum, também concorre nessa categoria. O escritor amazonense é considerado um dos grandes escritores brasileiros vivos hoje.
E vindo do sul, o gaúcho Moacyr Scliar aperta a concorrência pelo Jabuti de Melhor Romance com a obra Manual da Paixão Solitária.
Os outros 6 indicados incluem Daniel Galera, Ronaldo Correa de Brito, Vitor Ramil, Altair Martins, Maria Esther Maciel, Edgard Telles Ribeiro e Silviano Santiago.

Concorrendo a Melhores Contos e Crônicas, Ruy Castro, Lya Luft, Rubem Alves, Marcelino Freire, Fabrício Carpinejar, Nuno Alvares Pessoa de Almeida Ramos, Déa Rodrigues da Rocha Cunha, Felipe Machado, Eric Nepomuceno, Lucília Junqueira de Almeida Prado, Sérgio de Almeida Bruni e a organizadora Laura Taddei Brandini concorrem com obras lançadas em 2008.
Essa lista parece a convocação pra Seleção Nacional de Cronistas e Contistas Ainda Vivos, se houvesse uma. E a gente poderia ganhar a Copa!

Primeira Seleção Nacional de Cronistas e Contistas (tô zuando!)

Em Melhor Poesia, vale ressaltar a coletânea da obra em poesia, dramaturgia e prosa do maranhense Ferreira Gullar.

Você pode encontrar a lista completa de indicados aqui no site da CBL

E não perca, na semana que vem, a lista dos que levaram o jabutizinho pra casa!

Este vídeo é uma adaptação dos primeiros trechos do livro Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Marquez – a capa do primeiro número da Revista Livro!

É engraçado porque mistura desenhos feitos no caderno com imagens coloridas estáticas, mas bem interessantes.
A narração está em espanhol, mas você pode ler junto com o livro em português no colo.